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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

JESUS SUMO SACERDOTE E SACRIFICIO VIVO !






Jesus Sumo Sacerdote e Sacrifício Vivo


IBAD – INSTITUTO BIBLICO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS  2004



INTRODUÇÃO




“... e sem derramamento de sangue não há remissão.” Hb 9:22

      A Antiga Aliança, baseava-se no Sistema Levítico de sacrificio, onde o pecado era exposto através da Lei Mosaica, e tinha-se como resultado do imperfeito procedimento sacerdotal, um efeito paleativo, de tratar a conseqüência e não a causa do pecado. Certamente havia no coração do povo de Deus do Antigo Testamento um senso de insatisfação, almejando uma “Aliança Melhor”. Os Profetas já apontavam para a imperfeição e a transitoriedade, e profetizavam a cerca do propósito divino de estabelecer uma Nova Aliança.

     Jesus, O Verbo que se tornou carne, tabernaculou entre nós por 33 anos e meio, sendo O Perfeito Sumo Sacerdote Qualificado, que se entregou por nós como oferta agradável a Deus, inalgurando uma Nova Aliança entre Deus e os homens, a fim de que todo aquele que Nele crer não pereça mas tenha a vida eterna.



I – Jesus nosso Sumo Sacerdote.



Hb 8.6 “Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas”.



Os capítulos 8-10 do livro de Hebreus, descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis desse centro de adoração do Antigo Testamento. É duplo o propósito do autor:



· Contrastar o serviço do sumo sacerdote no santuário terrestre, segundo o antigo concerto, com o ministério de Cristo como sumo sacerdote no santuário celestial segundo o novo concerto;



· Demonstrar como esses vários aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério de Cristo que estabeleceu o novo concerto.



Uma analogia do relacionamento entre esses dois concertos:



1 - Segundo o antigo concerto, a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham de um relacionamento com Ele à base da fé expressa pela obediência à sua lei e ao sistema sacrificial desta. Os sacrifícios do Antigo Testamento tinham três propósitos principais:



· Ensinar ao povo de Deus a gravidade do pecado. O pecado separava os pecadores de um Deus Santo, e somente através do derramamento de sangue poderiam reconciliar-se com Deus e encontrar perdão (Êx 12:3-14; Lv 16; 17:11; Hb 9:22; ver Lv 1:2,3 ; 4:3 ; 9:8 ).



· Prover um meio para Israel chegar-se a Deus mediante a fé, a obediência e o amor (cf. 4:16; 7:25; 10:1).



· Indicar de antemão ou prenunciar (8:5; 10:1) o sacrifício perfeito de Cristo pelos pecados da raça humana (cf. Jo 1:29; 1Pe 1:18, 19; Êx 12:3-14; Lv 16; Gl 3:19)





2 - Jeremias profetizou que, num tempo futuro, Deus faria um novo concerto, um melhor concerto, com o seu povo (ver Jr 31:31-34 ;Hb 8:8-12). É melhor concerto do que o antigo (cf. Rm 7) porque perdoa totalmente os pecados dos que se arrependem (8:12), transforma-os em filhos de Deus (Rm 8:15,16), dá-lhes novo coração e nova natureza para que possam, espontaneamente, amar e obedecer a Deus (8:10; cf. Ez 11:19,20), os conduz a um estreito relacionamento pessoal com Jesus Cristo e o Pai (8:11) e provê uma experiência maior em relação ao Espírito Santo (Jl 2:28; At 1:5,8; 2:16,17, 33, 38,39; Rm 8:14,15,26).



3 - Jesus é quem instituiu o novo concerto ou o novo testamento (ambas as idéias estão contidas na palavra grega diatheke — testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do Antigo Testamento. O novo concerto é um acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo concerto:



a. O ofício de Nosso Sumo Sacerdote Jesus Cristo como mediador do novo concerto (8:6; 9:15; 12: 24) baseia-se na sua morte expiatória (Mt 26:28; Mc 14:24; Hb 9:14,15; 10:29; 12:24). As promessas e os preceitos desse novo concerto são expressos em todo o Novo Testamento. Seu propósito é:



· Salvar da culpa e da condenação da lei todos que crêem em Jesus Cristo e dedicam suas vidas às verdades e deveres do seu concerto (Hb 9:16, 17; cf. Mc 14:24; 1Co 11:.25);



· Formar um povo que seja a possessão de Deus (8:10; cf. Ez 11:19, 20; 1Pe 2:9).



b. O sacrifício de Jesus é melhor que os do antigo concerto por ser um sacrifício voluntário e obediente de uma pessoa justa (Jesus Cristo), e não um sacrifício involuntário de um animal. O sacrifício de Jesus e o seu cumprimento da vontade de Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu um caminho para o pleno perdão, reconciliação com Deus e Santificação (10:10, 15-17; ver Lv 9:8).



c. O novo concerto pode ser chamado “O Novo Concerto do Espírito”, porque é o Espírito Santo quem outorga a vida e o poder àqueles que aceitam o concerto de Deus (2Co 3:1-6; ver Jo 17:3)



4 - Todos os que pertencem ao novo concerto por Jesus Cristo recebem as bênçãos e a salvação oriundas desse concerto mediante sua perseverança na fé e na obediência (ver 3:6). Os infiéis não se inclui nessas bênçãos (ver 3:18, 19)



5 - Estabelecido o Novo Concerto em Cristo, o Antigo Concerto se torna sombra da realidade revelada em Cristo. (Hb 8:13). Não obstante, o Novo Concerto não invalida a Escritura do Antigo Testamento, mas apenas o aspecto, da salvação que era obtida mediante a obediência à Lei em um sistema de sacrifícios. O Antigo Testamento não está abolido; sua revelação aponta para Cristo que cumpre toda lei e excede. E sendo inspirada, toda a Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir na retidão do caminho que se deve andar.


II – O sistema Sacrificial do Antigo Testamento e a Eficácia do Sacrifício de Jesus.


Lv 16.32,33 “E o sacerdote... fará a expiação... expiará o santo santuário; também expiará a tenda da congregação e o altar; semelhantemente fará expiação pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação.”

A NECESSIDADE DA EXPIAÇÃO. A palavra “expiação” (heb. kippurim, derivado de kaphar, que significa “cobrir”) comunica a idéia de cobrir o pecado mediante um “resgate”, de modo que haja uma reparação ou restituição adequada pelo delito cometido (note o princípio do “resgate” em Êx 30.12; Nm 35.31; Sl 49.7; Is 43.3).



1 - A necessidade da expiação surgiu do fato que os pecados de Israel (16.30), caso não fossem expiados, sujeitariam os israelitas à ira de Deus (cf. Rm 1.18; Cl 3.6; 1Ts 2.16). Por conseguinte, o propósito do Dia da Expiação era prover um sacrifício de amplitude ilimitada, por todos os pecados que porventura não tivessem sido expiados pelos sacrifícios oferecidos no decurso do ano que findava. Dessa maneira, o povo seria purificado dos seus pecados do ano precedente, afastaria a ira de Deus contra ele e manteria a sua comunhão com Deus (16.30-34; Hb 9.7).



2 - Porque Deus desejava salvar os israelitas, perdoar os seus pecados e reconciliá-los consigo mesmo, Ele proveu um meio de salvação ao aceitar a morte de um animal inocente em lugar deles (i.e., o animal que era sacrificado); esse animal levava sobre si a culpa e a penalidade deles (17.11; cf. Is 53.4,6,11) e cobria seus pecados com seu sangue derramado.



3 A CERIMÔNIA DO DIA DA EXPIAÇÃO. Levíticos 16 descreve o Dia da Expiação, o dia santo mais importante do ano judaico. Nesse dia, o sumo sacerdote, vestia as vestes sagradas, e de início preparava-se mediante um banho cerimonial com água. Em seguida, antes do ato da expiação pelos pecados do povo, ele tinha de oferecer um novilho pelos seus próprios pecados. A seguir, tomava dois bodes e, sobre eles, lançava sortes: um tornava-se o bode do sacrifício, e o outro tornava-se o bode expiatório (16.8). Sacrificava o primeiro bode, levava seu sangue, entrava no Lugar Santíssimo, para além do véu, e aspergia aquele sangue sobre o propiciatório, o qual cobria a arca contendo a lei divina que fora violada pelos israelitas, mas que agora estava coberta pelo sangue, e assim se fazia expiação pelos pecados da nação inteira (16.15,16). Como etapa final, o sacerdote tomava o bode vivo, impunha as mãos sobre a sua cabeça, confessava sobre ele todos os pecados dos israelitas e o enviava ao deserto, simbolizando isto que os pecados deles eram levados para fora do arraial para serem aniquilados no deserto (16.21, 22).



- O Dia da Expiação era uma assembléia solene; um dia em que o povo jejuava e se humilhava diante do Senhor (16.31). Esta contrição de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato de que a obra divina da expiação era eficaz somente para aqueles de coração arrependido e com fé perseverante (cf. 23.27; Nm 15.30; 29.7).



- O Dia da Expiação levava a efeito a expiação por todos os pecados e transgressões não expiados durante o ano anterior (16.16, 21). Precisava ser repetido cada ano da mesma maneira. Uma rotina massante.



4 - CRISTO E O DIA DA EXPIAÇÃO. O Dia da Expiação está repleto de simbolismo que prenuncia a obra de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. No NT, o autor de Hebreus realça o cumprimento, no Novo Concerto, da tipologia do Dia da Expiação (ver Hb 9.6—10.18).



- O fato de que os sacrifícios do AT tinham de ser repetidos anualmente indica que eles eram provisórios. Apontavam para um tempo futuro quando, então, Cristo viria para remover de modo permanente todo o pecado confessado (cf. Hb 9.28; 10.10-18), sem uma rotina repetitiva, mas em novidade de vida.



- Os dois bodes representam a expiação, o perdão, a reconciliação e a purificação consumados por Cristo. O bode que era sacrificado representa a morte vicária e sacrificial de Cristo pelos pecadores, como remissão pelos seus pecados (Rm 3.24-26; Hb 9.11, 12, 24-26). O bode expiatório, conduzido para longe, levando os pecados da nação, tipifica o sacrifício de Cristo, que remove o pecado e a culpa de todos quantos se arrependem (Sl 103.12; Is 53.6,11,12; Jo 1.29; Hb 9.26).



- Os sacrifícios no Dia da Expiação proviam uma “cobertura” pelo pecado, e não a remoção do pecado. O sangue de Cristo derramado na cruz, no entanto, é a expiação plena e definitiva que Deus oferece à raça humana; expiação esta que remove o pecado de modo permanente (cf. Hb 10.4, 10, 11). Cristo como sacrifício perfeito (Hb 9.26; 10.5-10) pagou a inteira penalidade dos nossos pecados (Rm 3.25,26; 6.23; Gl 3.13; 2Co 5.21) e levou a efeito o sacrifício expiador que afasta a ira de Deus, que nos reconcilia com Ele e que restaura nossa comunhão com Ele (Rm 5.6-11; 2Co 5.18,19; 1Pe 1.18,19; 1Jo 2.2).



- O Lugar Santíssimo onde o sumo sacerdote entrava com sangue, para fazer expiação, representa o trono de Deus no céu. Cristo entrou nesse “Lugar Santíssimo” após sua morte e, com seu próprio sangue, fez expiação perante o Trono de Deus (Êx 30.10; Hb 9.7,8,11,12,24-28).



- Visto que os sacrifícios de animais tipificavam o sacrifício perfeito de Cristo pelo pecado e que se cumpriram no sacrifício de Cristo, não há mais necessidade de sacrifícios de animais depois da morte de Cristo na cruz (Hb 9.12-18).


Conclusão:
“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e

pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os

homens, por isso que todos pecaram.” Rm 5:12



“E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue;

e sem derramamento de sangue não há remissão.” Hb 9:22


       Deus ao longo da historia nunca desistiu do homem que criou, sua imagem e semelhança. E em Suas muitas misericórdias, sempre deu a chance para que o homem estabeleça concerto com Ele. Deus odeia o pecado, mas quer salvar o pecador. Toda disciplina da Antiga Aliança, pavimentou alicerce para a Nova Aliança, no qual Ele mesmo, em Cristo, cumpre toda a lei e excede , nos dando um modelo de conduta e um novo e vivo caminho a seguir, cheio de verdade e vida, a todo aquele que nEle crêr. Que O adoremos em Espírito e Verdade, “cuidando que ninguém nos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme o rudimento do mundo e não segundo Cristo”.

Cl 2:8



BIBLIOGRAFIA



1 – Titulo: Hebreus, introdução e comentário

Autor: Donald Guthrie

Editora: Mundo Cristão


2 – Titulo: Estudando o Livro de Levíticos e a Epístola aos Hebreus

Autor: M. Ryerson Turnbull

Editora: Casa Editora Presbiteriana


3 – Bíblia de Estudo Pentecostal

CPAD



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