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domingo, 28 de janeiro de 2018

SEDE SANTOS

“Sede Santos, porque sou Santo.”
                                                                            1Pe 1: 13-16

“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” Rm 5:12

“E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.”  Hb 9:22


            Deus ao longo da historia nunca desistiu do homem que criou como a sua imagem e semelhança. Em Suas muitas misericórdias, sempre deu  condições para que o homem estabelecesse concerto. Deus odeia o pecado, mas quer salvar o pecador. A Antiga Aliança, pavimenta alicerce para a Nova Aliança, no qual Ele mesmo, em Cristo, cumpre toda a lei e excede, nos dando em Si mesmo um modelo de conduta ética e moral, para um novo e vivo caminho a seguir, cheio de verdade e vida.

A SANTIDADE
            Santidade é o principal atributo de Deus e uma qualidade a ser desenvolvida em seus seguidores. "Santidade" e o adjetivo "Santo" aparecem muitas vezes na Bíblia. No Antigo Testamento, a primeira palavra para santidade significa cortar ou separar. Fundamentalmente, santidade é um corte ou separação de algo impuro, para consagração ao que é puro.
            No Antigo Testamento, santidade, quando aplicada a Deus, se refere ao seu domínio sobre a Criação e à perfeição moral de Seu caráter. Deus é Santo na medida em que Ele é completamente distinto da sua criação e exerce soberana, majestade e poder sobre ela. Sua santidade é um tema de vulto nos Salmos (Salmo 47:8) e nos Profetas (Ezequiel 39:7), onde "Santidade" emerge como sinônimo para o Deus de Israel. As Escrituras dão a Deus os títulos "Santo" (Isaías 57:15), "o que é Santo" (Jó 6:10; Isaías 43:15) e "Santo de Israel" (Salmo 89:18; Isaías 60:14).
            Santidade de Deus significa que o Senhor é separado de tudo que é mal e corrompido (Jó 34:10). Seu caráter santo é o padrão de absoluta perfeição moral (Isaías 5:16). A santidade de Deus - sua majestade transcendente e pureza de caráter - é habilmente apresentada no Salmo 99. Os versos 1-3 retratam a distância de Deus das coisas terrenas, e 4-5 enfatizam sua separação do pecado e do mal. Também no Antigo Testamento Deus ordenou santidade nas vidas das pessoas. Através de Moisés, Deus disse a Israel: "Santos sereis, porque Eu, o Senhor vosso Deus, Sou Santo." (Levítico 19:2). A santidade descrita no Antigo Testamento tem dois sentidos:

                        1. Exterior ou cerimonial
                        2. Interior ou moral e espiritual

1. No Antigo Testamento a santidade cerimonial descrita no Pentateuco (os cinco primeiros livros) incluía rituais de dedicação ao serviço de Deus. Assim sacerdotes e levitas eram santificados por um ritual complexo (Êxodo 29:1), como foram os hebreus nazireus (Números 6:1-21). Profetas como Eliseu (II Reis 4:9) e Jeremias (Jeremias 1:5) também foram santificados para um ministério profético especial em Israel.
2.Mas o Antigo Testamento também dirige atenção para os aspectos íntimos, morais e espirituais da santidade. Homens e mulheres, criados à imagem de Deus, são chamados a cultivar a santidade do caráter de Deus nas suas próprias vidas (Levítico 19:2).
No Novo Testamento a santidade cerimonial proeminente no Pentateuco passa para um segundo plano. Muito do Judaísmo no tempo de Jesus procurava a santidade cerimonial pelas obras (Marcos 7:1-5), logo o Novo Testamento enfatiza a dimensão ética da santidade em vez da dimensão externa. (Marcos 7:6-12). Com a vinda do Espírito Santo, a igreja primitiva percebeu que a santidade da vida era uma realidade interna profunda que deveria governar as atitudes e pensamentos de um indivíduo em relação a pessoas e objetos do mundo exterior.
            A palavra grega equivalente à hebraica usada para santidade significa um estado interior de liberdade de falha moral e relativa harmonia com a perfeição moral de Deus. A expressão "semelhança de Deus" contém o sentido da palavra original grega para santidade. Há uma outra palavra grega que descreve o conceito de santidade dominante no Antigo Testamento como separação exterior do mundo e dedicação ao serviço de Deus. Porque os escritores do Novo Testamento assumiram o retrato de deidade do Antigo Testamento, santidade é atribuída a Deus em poucos de seus textos. Jesus afirmou a natureza ética de Deus quando ensinou seus discípulos a orar que o nome do Pai deve ser honrado pelo que Ele é, "Santificado seja  o teu nome" (Mateus 6:9). No livro do Apocalipse a perfeição moral do Pai é descrita com a atribuição tríplice de santidade emprestada de Isaías: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus Todo-poderoso, aquele que era, que é, e que há de vir." (Apocalipse 4:8). Lucas, entretanto, contemplou a santidade de Deus nos termos do conceito dominante do Antigo Testamento de Sua Transcendência e Majestade (Lucas 1:49).


O SANTO DE ISRAEL


 “... e sem derramamento de sangue não há remissão.” Hb 9:22

A Antiga Aliança, baseava-se no Sistema Levítico de sacrificio, onde o pecado era exposto através da Lei Mosaica, e tinha-se como resultado do imperfeito procedimento sacerdotal, um efeito paleativo, (provisório, temporário) de tratar a conseqüência e não a causa do pecado. Certamente havia no coração do povo de Deus do Antigo Testamento um senso de insatisfação, almejando uma “Aliança Melhor”. Os Profetas já apontavam para a imperfeição e a transitoriedade, e profetizavam a cerca do propósito divino de estabelecer um “Melhor Concerto”, Uma “Nova Aliança”.
Jesus, O Verbo que se tornou carne, tabernaculou conosco por trinta e três anos e meio, sendo Qualificado, Perfeito Sumo Sacerdote, que se entrega por nós como oferta agradável a Deus, inalgurando uma Nova Aliança entre Deus e os homens, a fim de que todo aquele que Nele crer não pereça mas tenha a Vida Eterna.
            Jeremias profetizou que, num tempo futuro, Deus faria um Novo Concerto, um “Melhor Concerto”, com o seu povo (ver Jr 31:31-34 ;Hb 8:8-12). É melhor concerto do que o antigo (Rm 7) porque perdoa totalmente os pecados dos que se arrependem (Hb 8:12), transforma-os em filhos de Deus (Rm 8:15,16), dá-lhes novo coração e nova natureza para que possam, espontaneamente, amar e obedecer a Deus (Hb 8:10; cf. Ez 11:19,20), os conduz a um estreito relacionamento pessoal com Jesus Cristo e o Pai (8:11) e provê uma experiência maior em relação ao Espírito Santo (Jl 2:28; At 1:5,8; 2:16,17, 33, 38,39; Rm 8:14,15,26).

            Jesus instituiu o Novo Concerto ou o Novo Testamento (ambas as idéias estão contidas na palavra grega diatheke — testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do Antigo Testamento. O Novo Concerto é: acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênção àqueles que se achegam a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do Novo Concerto.

            O ofício de Nosso Sumo Sacerdote Jesus Cristo como mediador do novo concerto baseia-se na sua morte expiatória. As promessas e os preceitos desse Novo Concerto são expressos em todo o Novo Testamento. Seu propósito é:

·         Salvar da culpa e da condenação da lei todos que crêem em Jesus Cristo e dedicam suas vidas às verdades e deveres do seu concerto.
     (Hb 9:16, 17; cf. Mc 14:24; 1Co 11:25);

·         Formar um povo que seja “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus ... “ (Hb 8:10; cf. Ez 11:19, 20; 1Pe 2:9).

            O sacrifício de Jesus é Melhor que os do Antigo Concerto por ser um sacrifício voluntário e obediente de uma pessoa justa, e não um sacrifício involuntário de um animal. O sacrifício de Jesus e o seu cumprimento da vontade de Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu um caminho para o pleno perdão, reconciliação com Deus e Santificação. (10:10, 15-17; ver Lv 9:8). O Novo Concerto pode ser chamado “O Novo Concerto do Espírito”, porque é o Espírito Santo quem outorga a vida e o poder àqueles que aceitam o concerto de Deus (2Co 3:1-6; ver Jo 17:3) Todos os que pertencem ao novo concerto por Jesus Cristo recebem as bênçãos e a salvação oriundas desse concerto, mediante sua perseverança na fé e na obediência (ver 3:6). Os infiéis não se inclui nessas bênçãos (ver 3:18, 19) Estabelecido o Novo Concerto em Cristo, o Antigo Concerto se torna sombra da realidade revelada em Cristo. (Hb 8:13). Não obstante, o Novo Concerto não invalida a Escritura do Antigo Testamento, mas apenas o aspecto, da salvação que era obtida mediante a obediência à Lei em um sistema de sacrifício levitico. O Antigo Testamento não está abolido; sua revelação aponta para Cristo que cumpre toda lei e ainda excede. E sendo inspirada, toda a Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir na retidão do caminho que se deve andar.

Deus desejava salvar os israelitas, perdoar os seus pecados e reconciliá-los consigo mesmo, Ele proveu um meio de salvação ao aceitar a morte de um animal inocente em lugar deles (i.e., o animal que era sacrificado); esse animal levava sobre si a culpa e a penalidade deles (17.11; cf. Is 53.4,6,11) e cobria seus pecados com seu sangue derramado.

O Dia da Expiação era uma assembléia solene; um dia em que o povo jejuava e se humilhava diante do Senhor. Esta contrição de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato de que a obra divina da expiação era eficiente somente para aqueles de coração arrependido e com fé perseverante (cf. 23.27; Nm 15.30; 29.7).

O Dia da Expiação levava a efeito a expiação por todos os pecados e transgressões não expiados durante o ano anterior. Precisava ser repetido cada ano da mesma maneira. Uma rotina massante.

O Dia da Expiação está repleto de simbolismo que prenuncia a obra de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. No Novo Testamento, o autor de Hebreus realça o cumprimento, no Novo Concerto, da tipologia do Dia da Expiação (ver Hb 9.6—10.18).

O fato de que os sacrifícios do Antigo Testamento tinham de ser repetidos anualmente indica que eles eram provisórios. Apontando para um tempo futuro quando, então, Cristo viria para remover de modo permanente todo o pecado confessado (cf. Hb 9.28; 10.10-18), sem uma rotina repetitiva, mas em “Novidade de Vida”.

Os sacrifícios no Dia da Expiação proviam uma “cobertura” pelo pecado, e não a remoção do pecado. O sangue de Cristo derramado na cruz, no entanto, é a expiação plena e definitiva que Deus oferece à raça humana; expiação esta que remove o pecado de modo permanente (Hb 10.4, 10, 11). Cristo como sacrifício perfeito (Hb 9.26; 10.5-10) pagou a inteira penalidade dos nossos pecados (Rm 3.25,26; 6.23; Gl 3.13; 2Co 5.21) e levou a efeito o sacrifício expiador que afasta a ira de Deus, e nos reconcilia com Ele e restaura nossa comunhão com Ele (Rm 5.6-11; 2Co 5.18,19; 1Pe 1.18,19; 1Jo 2.2).

O Lugar Santíssimo onde o sumo sacerdote entrava com sangue, para fazer expiação, representa o trono de Deus no céu. Cristo entrou nesse “Lugar Santíssimo” após sua morte e, com seu próprio sangue, fez expiação perante o Trono de Deus (Êx 30.10; Hb 9.7,8,11,12,24-28).

            Visto que os sacrifícios de animais tipificavam o sacrifício perfeito de Cristo pelo pecado e que se cumpriram no sacrifício de Cristo, não há mais necessidade de sacrifícios de animais depois da morte de Cristo na cruz (Hb 9.12-18).


O CHAMAMENTO

            “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante Ele Santos ...” Cl 1:13-22
            “...à igreja de Deus que está em Corinto (na cidade), aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo ...” 1Co 1: 2 

A SANTIFICAÇÃO

 1Pe 1.2 “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas”.

Santificação (gr. hagiasmos) significa: Ato, estado e processo de se “tornar santo”, “consagrar”, “separar do mundo” e “apartar-se do pecado”, a fim de termos ampla comunhão com Deus e servi-lo em alegria (Rm 6.19-22; 1Ts 4.1-7).
É realizada na vida do salvo pela ação do Espírito Santo (2Ts 2.13; 1Pe 1.2).

(1) Além do termo “Santificar” (cf. 1Ts 5.23),
O padrão bíblico da santificação é expresso em termos tais como:

  • “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37),
  • “irrepreensíveis em santidade” (1Ts 3.13),
  • “aperfeiçoando a santificação” (2Co 7.1),
  • “a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1Tm 1.5),
  • “sinceros e sem escândalo algum” (Fp 1.10),
  • “libertados do pecado” (Rm 6.18),
  • “mortos para o pecado” (Rm 6.2),
  • “para servirem à justiça para santificação” (Rm 6.19),
  • “guardamos os seus mandamentos” (1Jo 3.22) e
  • “vence o mundo” (1Jo 5.4).

Tais termos descrevem a operação do Espírito Santo mediante a salvação em
Cristo, pela qual Ele nos liberta da escravidão e do poder do pecado (Rm 6.1-14),
nos separa das práticas pecaminosas deste mundo atual, renova a nossa natureza
segundo a imagem de Cristo, produz em nós o fruto do Espírito e nos capacita a
viver uma vida santa e vitoriosa de dedicação a Deus.
(Jo 17.15-19,23; Rm 6.5, 13, 16, 19; 12.1; Gl 5.16, 22,23;  2Co 5.17 ).

(2) Esses termos não subentendem uma perfeição absoluta,
mas a retidão moral de um caráter imaculado, demonstrada na pureza do cristão diante de Deus, na obediência à sua lei e na inculpabilidade desse cristão diante do mundo
(Fp 2.14,15; Cl 1.22; 1Ts 2.10; cf. Lc 1.6). O cristão, pela graça que Deus lhe deu, morreu com Cristo e foi liberto do poder e domínio do pecado (Rm 6.18); por isso, não precisa nem deve pecar, e sim obter a necessária vitória no seu Salvador, Jesus Cristo.
Mediante o Espírito Santo, temos a capacidade para não pecar (1Jo 3.6), embora
nunca cheguemos à condição de estarmos livres da tentação e da possibilidade do
pecado.

(3) A Santificação no AT foi a vontade manifesta de Deus para os israelitas;
eles tinham o dever de levar uma vida santificada, separada da maneira de viver dos
povos à sua volta (ver Êx 19.6; Lv 11.44; 19.2; 2Cr 29.5). De igual modo a santificação é um requisito para todo cristão em Cristo. As Escrituras declaram que sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

(4) Os filhos de Deus são santificados mediante a fé (At 26.18), pela união com
Cristo na sua morte e ressurreição (Jo 15.4-10; Rm 6.1-11; 1 Co 130), pelo sangue
de Cristo (1Jo 1.7-9), pela Palavra (Jo 17.17) e pelo poder regenerador e
santificador do Espírito Santo no seu coração (Jr 31.31-34; Rm 8.13; 1Co 6.11;
1Pe 1.2; 2Ts 2.13).

(5) A santificação é uma obra de Deus, com a cooperação do seu povo (Fp
2.12,13; 2Co 7.1). Para cumprir a vontade de Deus quanto à santificação, o cristão
deve participar da obra santificadora do Espírito Santo, ao cessar de praticar o mal
(Is 1.16), ao se purificar “de toda imundícia da carne e do espírito” (2Co 7.1; cf.
Rm 6.12; Gl 5.16-25) e ao se guardar da corrupção do mundo (Tg 1.27; cf. Rm
6.13,19; 8.13; Ef 4.31; 5.18; Tg 4.8).

(6) A verdadeira santificação requer que o cristão mantenha profunda comunhão
com Cristo (ver Jo 15.4 ), mantenha comunhão com os cristãos (Ef 4.15,16),
dedique-se à oração (Mt 6.5-13; Cl 4.2), obedeça à Palavra de Deus (Jo 17.17),
tenha consciência da presença e dos cuidados de Deus (Mt 6.25-34), ame a justiça
e odeie a iniqüidade (Hb 1.9), mortifique o pecado (Rm 6), submeta-se à disciplina
de Deus (Hb 12.5-11), continue em obediência e seja cheio do Espírito Santo (Rm
8.14; Ef 5.18).

(7) Segundo o NT, a santificação não é descrita como um processo lento, de
abandonar o pecado pouco a pouco. Pelo contrário, é apresentada como um ato
definitivo mediante o qual, o cristão, pela graça, é liberto da escravidão de Satanás e
rompe totalmente com o pecado a fim de viver para Deus (Rm 6.18; 2Co 5.17; Ef
2.4,6; Cl 3.1-3). Ao mesmo tempo, no entanto, a santificação é descrita como um
processo vitalício mediante o qual continuamos a mortificar os desejos pecaminosos
da carne (Rm 8.1-17), somos progressivamente transformados pelo Espírito à
semelhança de Cristo (2Co 3.18) crescemos na graça (2Pe 3.18), e devotamos
maior amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-39; 1Jo 4.10-12, 17-21).

(8) A santificação pode significar uma outra experiência específica e decisiva, à
parte da salvação inicial. O cristão pode receber de Deus uma clara revelação da
sua santidade, bem como a convicção de que Deus o está chamando para
separar-se ainda mais do pecado e do mundo e a andar ainda mais perto dEle (2Co
6.16-18). Com essa certeza, o cristão se apresenta a Deus como sacrifício vivo e
santo e recebe da parte do Espírito Santo graça, pureza, poder e vitória para viver
uma vida santa e agradável a Deus (Rm 12.1,2; 6.19-22).

A SEPARAÇÃO

 2Co 6.17,18 “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso”.

O conceito de separação do mal é fundamental para o relacionamento entre Deus e
o seu povo. Segundo a Bíblia, a separação abrange duas dimensões, sendo uma
negativa e outra positiva:

(a) a separação moral e espiritual do pecado e de tudo quanto é contrário a Jesus Cristo, à justiça e à Palavra de Deus;
(b) acercar-se de Deus em estreita e íntima comunhão, mediante a dedicação, a adoração e o serviço a Ele.

(1) No AT, a separação era uma exigência contínua de Deus para o seu povo
O povo de Deus deve ser santo, diferente e separado de todos os outros povos, a fim de pertencer exclusivamente a Deus. Uma principal razão por que Deus castigou o seu povo com o desterro na Assíria e Babilônia foi seu obstinado apego à idolatria e ao modo pecaminoso de vida dos povos vizinhos.
(ver 2Rs 17.7,8; 24.3; 2Cr 36.14; Jr 2.5, 13; Ez 23.2; 7.8; Lv11.44; Dt 7.3; Ed 9.2)

(2) No NT, Deus ordenou a separação do cristão ao:
(a) O sistema mundial corrupto e a transigência ímpia.
(Jo 17.15,16; 2Tm 3.1-5; Tg 1.27; 4.4);
(b) Aqueles que na igreja pecam e não se arrependem de seus pecados.
(Mt 18.15-17; 1Co 5.9-11; 2Ts 3.6-15);  
(c) Os mestres, igrejas ou seitas falsas que aceitam erros teológicos e negam as verdades bíblicas. (ver Mt 7.15; Rm 16.17; Gl 1.9 nota; Tt 3.9-11; 2Pe 2.17-22; 1Jo 4.1; 2Jo 10,11; Jd vv.12,13).

(3) Nossa atitude nessa separação do mal, deve ser de:

(a) Ódio ao pecado, à impiedade e à conduta de vida corrupta do mundo.
     (Rm 12.9; Hb 1.9; 1Jo 2.15),
(b) Oposição à falsa doutrina. (Gl 1.9),
(c) Amor genuíno para com aqueles de quem devemos nos separar.
     (Jo 3.16; 1Co 5.5; Gl 6.1; cf. Rm 9.1-3; 2Co 2.1-8; 11.28,29; Jd v. 22)
(d) Temor de Deus ao nos aperfeiçoarmos na santificação. (7.1).

(4) Nosso propósito na separação do mal, é que nós, como o povo de Deus:

(a) Perseveremos na salvação (1Tm 4.16; Ap 2.14-17),
      na fé (1Tm 1.19; 6.10, 20,21) e na santidade (Jo 17.14-21; 2Co 7.1);
(b) Vivamos inteiramente para Deus como nosso Senhor e Pai.
      (Mt 22.37; 2Co 6.16-18)
(c) Convençamos o mundo incrédulo da verdade e das bênçãos do evangelho.
      (Jo 17.21; Fp 2.15).

(5) Quando corretamente nos separarmos do mal,
o próprio Deus nos recompensará, acercando-se de nós com sua proteção, sua bênção e seu cuidado paternal. Ele promete ser tudo o que um bom Pai deve ser. Ele será nosso
Conselheiro e Guia; Ele nos amará e de nós cuidará como seus próprios filhos
(6.16-18).

(6) O cristão que não separa-se da prática do mal,
do erro, da impureza, o resultado inevitável será a perda da sua comunhão com Deus (6.16), da sua aceitação pelo Pai (6.17), e de seus direitos de filho (6.18; cf. Rm .15,16).

O VIVER 

1Jo 2.15,16 “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.”

A palavra “mundo” (gr. kosmos) freqüentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação. Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não estão sob o Senhorio de Cristo. Na presente era, Satanás emprega as idéias mundanas de moralidade, das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1Jo 2.15,16; Tg 4.4; Jo 7.7;
15.18,19; 17.14 ). Por exemplo, Satanás usa a profissão médica, para defender e promover a matança de seres humanos nascituros; a agricultura para produzir drogas destruidoras da vida, tais como o álcool e os narcóticos; a educação, para promover a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em massa, para destruir os padrões divinos de conduta. Os cristãos devem estar conscientes de que, por trás de todos os empreendimentos meramente humanos, há um espírito, força ou poder
maligno que atua contra Deus e a sua Palavra. Nalguns casos, essa ação maligna é menos intensa; noutros casos, é mais. Finalmente, o “mundo” também inclui todos os sistemas religiosos originados pelo homem, bem como todas as organizações e igrejas mundanas, ou mornas.

(1) Satanás é o deus do presente Sistema Mundano, controlando juntamente com uma hoste de espíritos malignos, seus subordinados. (Mt 4.10;Jo 12.31; 14.30;16.11; 2Co 4.4; 5.19)(Dn 10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13;)

(2) Satanás tem o mundo organizado em sistemas políticos, culturais,
econômicos e religiosos que são inatamente hostis a Deus e ao seu povo
(Jo 7.7; 15.18,19; 17.14; Tg 4.4; 2.16) e que se recusam a submeter-se à
sua verdade, a qual revela a iniqüidade do mundo (Jo 7.7).

(3) O mundo e a Igreja verdadeira são dois grupos distintos de povo.
O mundo está sob o domínio de Satanás. “O PRÍNCIPE DESTE MUNDO” que será expulso (Jo 12.31). A palavra "expulso" refere-se ao fato de que, por meio da morte e ressurreição de Cristo, Satanás foi julgado e condenado, com tudo que lhe diz respeito. Porém, sua derrota final ocorrerá quando ele for executado, lançado para sempre no lago de fogo em Ap 20.10. No tempo presente, Satanás ainda atua, e atualmente é o governante ou "o príncipe deste mundo". Este fato revela seu poder e autoridade aqui no mundo. Ele usa as coisas do mundo contra Cristo e a Igreja. É por isso que somos ensinados que "a amizade do mundo é inimizade contra Deus"; a Igreja pertence exclusivamente a Deus.  Por isso, o cristão deve separar-se do mundo, apartar-se do mal, fugir da aparência do mal.

(4) No mundo, os cristãos são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1Pe 2.11).

(a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15.19),
  • não se conformar com o mundo ( Rm 12.2 ),
  • não amar o mundo (2.15),
  • vencer o mundo (5.4),
  • odiar a iniqüidade do mundo (Hb 1.9),
  • morrer para o mundo (Gl 6.14) e
  • ser libertos do mundo (Cl 1.13; Gl 1.4).

(b) Amar o mundo (cf. 2.15) corrompe nossa comunhão com Deus e leva à destruição espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo.
(Mt 6.24; Lc 16.13; Tg 4.4 ). Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe a Ele (Lc 23.35 ).

Note, é claro, que os termos “mundo” e “terra” não são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, i.e., à natureza, às montanhas, às florestas, etc.


(5) De acordo com 2.16, três aspectos do mundo pecaminoso são abertamente hostis a Deus:

(a) “A concupiscência da carne”, que inclui os desejos impuros e a busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual (1Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14).
(b) “A concupiscência dos olhos”, que se refere à cobiça ou desejo descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas por Deus, inclusive o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx 20.17; Rm 7.7). Nesta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se contemplando pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na televisão, no cinema, ou em periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28).
(c) “A soberba da vida”, que significa o espírito de arrogância, orgulho e independência auto-suficiente, que não reconhece Deus como Senhor, nem a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg 4.16).

(6) O cristão não deve ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o
sistema iníquo do mundo (ver Mt 9.11; 2Co 6.14 )
  • deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11).
  • deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14),
  • deve amá-los (Jo 3.16), e
  • deve procurar ganhá-los para Cristo (Mc 16.15; Jd 22,23).

(7) Da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá:
  • tribulação (Jo 16.33),
  • ódio (Jo 15.19),
  • perseguição (Mt 5.10-12) e
  • sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1Pe 2.19-21).

Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço incessante para destruir a vida de Deus dentro do cristão (2Co 11.3; 1Pe 5.8).

(8) O sistema deste mundo é temporário e será destruído por Deus, portanto cuidado, para “... que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme o rudimento do mundo e não segundo Cristo” Cl 2:8. (Dn 2.34,35, 44; 2Ts 1.7-10; 1Co 7.31; 2Pe 3.10; Ap 18.2).


“Jesus não se envolveu com a política, porque Ele é o Rei;
Jesus não se envolveu com a religião, porque Ele é quem liga o homem ao Pai;
Jesus não se envolveu com a ciência, porque Dele é o Poder de Deus.”


O REINO

Em Lucas 15, numa fazenda, um Pai que tem dois filhos, espera que o seu filho mais novo volte. Em Gênesis, um Pai tem dois filhos gêmeos, Esaú e Jacó. Esaú, o mais velho, primogênito no nascimento, despreza o seu direito de primogenitura, já o filho Jacó, o mais novo, valoriza tanto o direito de primogenitura que até seu nome, Deus muda.
Os Judeus são os filhos mais velhos do Pai, na fazenda em Israel. Desprezaram o seu direito de primogenitura, o direito de continuar as coisas do Pai, e cuidando somente dos seus interesses, ainda tem ciúmes do filho mais novo, os gentios, que achegam ao Pai. O filho mais novo, se importou com o direito de primogenitura, insistiu pela benção, passou um processo, e Deus o tocou mudando sua sorte, e lhe deu um novo nome.
Mas o Pai tem um sonho, o sonho de reunir seus filhos a mesa, e cear com eles. Pois tantas vezes quis ajuntar como a galinha ajunta os pintinhos. Assim o Pai não desiste, não muda, e apesar da alegria de recuperar o filho mais novo, lhe dando a veste da justificação, o anel da autoridade e a sandália, ainda quer a reconciliação com o filho mais velho, e sentar com todos na mesa, a mesa do Senhor.
Um dia Jacó e seus filhos se surpreenderam no Egito, ao reencontrar com o filho desaparecido de Jacó, aquele que parecia estar morto, mas vivia. 
“Naquele Dia”, na fazenda do Pai, nas terras de Israel, os Judeus, os mais velhos, se surpreenderão, e olharão, e chorarão... (Zc 12:10) Jesus vive ! O Filho amado que o Pai muito se compraz. E Ele não está só, O Leão da Tribo de Judah tem sua auxiliadora idônea, a que saiu da sua costela ferida na cruz. Esse é O Dia do Senhor.
Então se hoje ouvires a voz, não endureçais o vosso coração, porque Um Rei quer casar o seu Filho, rejeitado e desprezado pelos seus convidados, mas convidando os que não estavam na lista, os santifica em Cristo Jesus, chamado-os para serem santos, os vestindo de linho finíssimo, resplandecente e puro, para serem ataviados em atos de justiça, para as Bodas do Cordeiro. (Mt22;Ap 19: 6-9)
As novas vestes são bordadas com materiais adequados para a edificação. Os Materiais devem ser aprovados pelo fogo, como o ouro da natureza do Pai, a prata da redenção do Filho, e as pedras preciosas lapidadas pelo Espírito Santo (1Co 3:12).  “O Bordar de Deus”, gera um Eterno Peso de Gloria até a “medida da estatura da plenitude de Cristo”. (Ef 4:7-16)
No livro de Ester, havia alguma coisa errada com o Rei, e todo seu reinado estava afetado, então a corte se mobilizou em ajuda-lo recebendo moças para a “casa das mulheres”, onde seriam preparadas, tratadas, segundo as prescrições para as mulheres, de um período de “doze meses de embelezamento”, seis meses com óleo de mirra, e seis meses com especiarias, perfumes e ungüentos, até que estivesses em condição se serem apresentadas ao Rei, como candidatas a Rainha.
Hadassa, era uma moça, que mesmo criada nos preceitos da lei e conhecedora dos costumes judaicos, ainda na casa das mulheres, precisou aprender algo mais sobre a pessoa do Rei. Hadassah, em hebraico, significa "uma árvore de murta", que é o símbolo da vitória. Hadassah deixa de usar esse nome depois que sai de casa. Hadassah passa a ser Ester. Ester, em suas diversas formas variantes, são de origem persa, e significam "uma estrela". Ester é a estrela do Rei.
Em Abraão, Deus revela a Igreja como sendo a descendência celestial, que nasce do alto, descendência das estrelas do céu, dos que nascem de novo, e os Judeus como sendo a descendência terrenal, da areia da praia do mar.
Vencedores é o que Deus quer hoje. Em Ap 1:16, João viu estrelas na mão do Senhor, pois haverá vencedores nas sete igrejas. Em Ap 12:11 temos o perfil de um vencedor. Lavado e remido no sangue do cordeiro, que dá testemunho de Jesus e toma a cruz, negando a si mesmo.
Cristão significa Cristo pequenino, isto é, em crescimento. Como a Sulamita de Cântico dos Cânticos. A menina que o Rei criou para Ele.
Assim, da Bodas de Cana rumo as Bodas do Cordeiro, porque somos a menina dos olhos do Senhor, e Ele está nos criando conforme Ele é, a mesma vida, a mesma visão e mesmo coração, para Ele, como propriedade exclusiva do Rei do Reino dos Céus.

“Corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus,” “para que aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu Reino, para O estabelecer e firmar mediante juízo e a justiça, desde agora e para sempre...”  Hb 12:1-2; Is 9:7


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